Saúde ocupacional e segurança do trabalho em foco

Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgados em 2013 e mencionados no boletim quadrimestral sobre benefícios por incapacidade da Previdência Social, apontam que 321 mil pessoas morrem anualmente como consequência de acidentes no trabalho. Ainda, segundo a Previdência Social, em 2015, foram 612.632 acidentes de trabalho no Brasil, uma queda de 14% em relação ao ano anterior.

Apesar da redução nos números, o assunto é sério e merece atenção de todos. Não é à toa que o movimento Abril Verde relacionado ao Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, celebrado em 28 de abril, procura alertar a população sobre a importância da prevenção de doenças, de proporcionar melhores condições de trabalho e reduzir os acidentes e agravo à saúde do trabalhador. “Evitar acidentes de trabalho não é uma tarefa fácil, visto que estes ocorrem por múltiplas causalidades. Porém, existem formas de instruir os trabalhadores visando à proteção e a redução dos acidentes”, explica o analista em Segurança do Trabalho do Porto Seguro Saúde Ocupacional, Yuri Fernandes.

Veja algumas dicas que podem auxiliar as empresas:

– Treinamentos: São essenciais para levar ao trabalhador o entendimento dos possíveis riscos que a atividade exercida apresenta, a necessidade do uso dos equipamentos de proteção a importância de seguir os procedimentos de trabalho e profissionalização para execução.

– Realização de DDS (Diálogo Diário de Segurança): DDS é um breve diálogo diário com os trabalhadores sobre questões de segurança. É importante para lembra-los constantemente sobre as ações que devem ser adotadas para prevenção de acidentes, como uso, conservação, higienização e troca de Equipamentos de Proteção Individual EPI’s, além da orientação sobre o cuidado com o uso dos celulares que pode desprender a atenção do colaborador, entre outros temas que a área de segurança julgar necessário.

– Medidas de Proteção: As medidas de proteção assumem uma grande responsabilidade na prevenção dos acidentes de trabalho, colaborando com a integridade física e a saúde dos trabalhadores. Tais medidas envolvem o sistema de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC’s); Medidas administrativas (ação de alterar ou alternar um colaborador entre setores de trabalho); Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e outras medidas de controle que protegem o trabalhador, como entrega de protetor solar para funcionários que trabalham no sol. Cabe reforçar que o Protetor Solar não é caracterizado um EPI, por não possuir Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho e Emprego.

– Monitoramento constante dos trabalhadores: A atenção nas ações dos trabalhadores e o feedback sobre os desvios são muito importantes. “Muitas vezes, os trabalhadores, por executarem uma tarefa há muito tempo, possuem confiança e isso o deixa mais suscetível a acidentes de trabalho”, esclarece o especialista.

As causas dos acidentes de trabalho podem estar relacionadas a uma série de fatores, como negligência na instrução ao trabalhador, falta de conhecimento técnico, atitudes imprudentes, não cumprimento de leis trabalhistas, falta de manutenção ou reposição de maquinários, não utilização de EPI adequado, entre outras.

De acordo com Yuri Fernandes, a ausência de segurança do trabalhador pode provocar diversas perdas à empresa. “Ausência de mão de obra especializada; afastamento do colaborador; sobrecarga de tarefas para os demais funcionários; multas e indenizações, caso ocorra acidentes de trabalho que causem perda ou diminuição da capacidade do trabalhador de exercer seu ofício, são alguns exemplos que as companhias podem enfrentar”, afirma.

Já se as organizações adotarem uma cultura de segurança, as perdas se revertem para benefícios. “A companhia agrega valor a sua marca no mercado como empresa responsável; potencializa suas vendas; não apresenta problemas com órgãos fiscalizadores e mantém um local de trabalho salubre e seguro para seus funcionários”, complementa Yuri.

Fonte: Segs

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